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Como é feita a contagem de folículos antrais na ultrassonografia?

por Dr. Augusto Bussab



"  A contagem de folículos antrais é uma importante ferramenta para avaliar as possibilidades de sucesso e auxiliar na condução de técnicas de reprodução assistida. No entanto, antes de entender por que isso acontece, é fundamental esclarecer alguns conceitos básicos sobre o funcionamento do aparelho […]"
Como é feita a contagem de folículos antrais na ultrassonografia?

 

A contagem de folículos antrais é uma importante ferramenta para avaliar as possibilidades de sucesso e auxiliar na condução de técnicas de reprodução assistida. No entanto, antes de entender por que isso acontece, é fundamental esclarecer alguns conceitos básicos sobre o funcionamento do aparelho reprodutor feminino.

Ao nascer, a mulher já conta nos ovários com todos os folículos que terá ao longo da vida. Esses folículos são pequenas bolsas de líquido, dentro das quais se desenvolvem os óvulos (gametas ou células sexuais femininas).

Quando a mulher atinge a maturidade sexual e começam os ciclos menstruais, os óvulos passam a se desenvolver. De maneira geral, a cada ciclo, um folículo ovariano se rompe e libera o óvulo que estava em seu interior, causando a ovulação e determinando o período fértil da mulher. Se o óvulo não for fecundado, ocorre o início de um novo ciclo menstrual.

Dessa forma, com o passar dos anos, o número de folículos presentes nos ovários (a chamada reserva ovariana) vai diminuindo, até o fim definitivo dos ciclos menstruais, na menopausa, por volta dos 50 anos de idade da mulher.

Neste artigo, vou falar sobre a importância da contagem de folículos antrais para as técnicas de reprodução assistida e como ela é realizada por meio de ultrassonografia.

Por que fazer a contagem de folículos antrais?

Os folículos antrais são aqueles que já estão maduros, com um óvulo pronto para ser fecundado. A contagem de folículos antrais é uma importante indicação da reserva ovariana e capacidade reprodutiva da mulher de maneira geral, uma vez que a quantidade de folículos maduros depende do número de folículos primordiais existentes nos ovários da paciente.

Sendo assim, uma mulher com alta contagem de folículos antrais teria, potencialmente, uma grande quantidade de folículos a se desenvolverem.

Por isso, essa técnica é interessante não só para avaliar a fertilidade da mulher como um todo, mas, sobretudo, no acompanhamento da estimulação ovariana realizada em técnicas de reprodução assistida, uma vez que o resultado do exame pode ser avaliado na hora.

Em uma FIV (fertilização in vitro), por exemplo, uma alta contagem de folículos antrais está diretamente relacionada ao número de ovócitos obtidos para fertilização, à quantidade de embriões gerados a partir deles, bem como às taxas de transferência de embriões para o útero, de gravidez e de congelamento de embriões para futuras transferências.

A ultrassonografia como meio para a contagem

A contagem de folículos antrais é realizada por meio de ultrassonografia transvaginal, um procedimento pouco invasivo, simples de ser realizado e de baixo custo. Por meio da imagem ultrassonográfica, é possível identificar, medir e contar os folículos presentes nos dois ovários, para fazer predições sobre a fertilidade da mulher e acompanhar o processo de estimulação ovariana.

Essa fase do tratamento consiste na utilização, pela paciente, de medicamentos (normalmente hormônios injetáveis) que estimulam o crescimento dos folículos. Nesse período, o médico responsável realiza exames de ultrassom periódicos, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento desses folículos, até que eles atinjam o estágio de maturação desejado.

São considerados folículos antrais aqueles que tenham de 2 a 10 milímetros de diâmetro. Os folículos com essas dimensões são considerados “recrutáveis”, ou seja, candidatos para terem óvulos de boa qualidade, que podem vir a ser fecundados e gerar embriões.

Que resultados esperar

Com relação ao resultado do exame, uma contagem de folículos antrais menor ou igual a quatro pode significar uma má resposta à indução da ovulação e, quando igual ou maior que 16, há maior risco de síndrome de hiperestimulação ovariana. É importante ressaltar, porém, que a precisão do teste pode ser comprometida devido a fatores como o sobrepeso e a obesidade.

A contagem de folículos antrais e a fertilidade da mulher

É sabido que a fertilidade feminina começa a diminuir a partir dos 35 anos de idade de forma mais acentuada e que, depois dos 40, as taxas de gravidez caem pela metade. A possibilidade de fecundação, porém, varia muito entre mulheres da mesma faixa etária. Portanto, somente a idade não é o suficiente para predizer as chances que uma paciente tem de engravidar em um procedimento de reprodução assistida com estimulação ovariana.

Estimativas sobre a reserva ovariana fornecem maior embasamento nesse sentido, e a contagem de folículos antrais se mostra um dos métodos mais eficazes nessa avaliação. Exames hormonais podem auxiliar na predição de resposta da paciente à terapia de estimulação ovariana, porém não substituem a contagem de folículos antrais. Entre eles estão exames de níveis de inibina B, hormônio antimülleriano e FSH.

Diversos estudos apontam que os resultados da contagem de folículos antrais estão diretamente ligados à faixa etária da paciente: quanto mais avançada a idade, menor a quantidade de folículos encontrados.

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