Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

Colo do útero e fertilidade: existe relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Os principais órgãos do sistema reprodutor feminino são os ovários, as tubas uterinas e o útero. Cada um desempenha uma função importante no processo reprodutivo, permitindo o sucesso gestacional. A cada ciclo menstrual, por exemplo, os ovários liberam um óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide. […]"
Colo do útero e fertilidade: existe relação?

Os principais órgãos do sistema reprodutor feminino são os ovários, as tubas uterinas e o útero. Cada um desempenha uma função importante no processo reprodutivo, permitindo o sucesso gestacional.

A cada ciclo menstrual, por exemplo, os ovários liberam um óvulo para ser fecundado pelo espermatozoide. A fecundação acontece nas tubas uterinas, órgãos que fazem a ligação entre os ovários e o útero, respondendo, dessa forma, pelo transporte dos gametas (óvulos e espermatozoides) e do embrião formado ao útero.

O embrião chega ao útero aproximadamente no quinto dia de desenvolvimento, fase conhecida como blastocisto em que se implanta no endométrio, camada interna, para dar início à gestação. O útero permanece abrigando o embrião-feto até o nascimento.

Apesar de ser mais conhecido por essa função, uma das partes desse órgão, o colo do útero, também desempenha um papel importante no processo reprodutivo e, consequentemente, para a fertilidade das mulheres.

O papel desempenhado pelo colo do útero na fertilidade é pouco conhecido pela maioria das mulheres, que geralmente associam essa porção uterina ao temido tipo de câncer que pode crescer na região. Para entender essa relação é só acompanhar o texto até o final. Confira!

O que é colo do útero?

O útero é o maior e mais importante órgão do sistema reprodutor feminino. É dividido em três partes, corpo do útero, a maior, istmo do útero, que fez a ligação entre as partes, e o colo do útero.

O corpo do útero possui três camadas: endométrio, a interna, que recebe o embrião, miométrio, a intermediária muscular, que auxilia as contrações na hora do parto, e perimétrio, a externa. Enquanto o colo do útero é composto pela endocérvice, que se abre para a cavidade uterina (orifício interno), e ectocérvice, porção que se projeta para a vagina cuja abertura é denominada orifício externo.

Entre o orifício interno e o externo, fica localizado o canal endocervical, que serve de passagem para que os espermatozoides alcancem as tubas uterinas. Além de possibilitar a passagem dos gametas, o colo do útero tem outras funções na fertilidade.

É responsável pela produção do muco cervical e manutenção da gravidez no útero, permanecendo fechado o até o início do trabalho de parto, quando começa a se dilatar para permitir a saída do bebê.

Muco cervical, é uma secreção produzida pelas glândulas no colo do útero cuja função prevenir é evitar a ascensão das bactérias naturalmente presentes na vagina e facilitar o transporte dos espermatozoides.

Composto majoritariamente por água, além de íons, enzimas, proteínas bactericidas e outras proteínas, preenche a abertura do canal cervical e sofre variações durante o ciclo menstrual.

Por exemplo, quando a ovulação se aproxima, torna-se mais abundante, fino e elástico, semelhante a uma clara de ovo, facilitando, dessa forma, o transporte dos espermatozoide após a liberação do óvulo. Esse tipo de muco ajuda a identificar o período fértil, quando há mais chances de engravidar.

Quando o óvulo é liberado, reduz em quantidade e se torna mais espesso e pegajoso, evitando, assim, que novos espermatozoides penetrem o útero. Essa consistência também evita a ascensão das bactérias presentes na vagina.

Alterações no colo do útero, portanto, podem comprometer a fertilidade, resultando, muitas vezes, em infertilidade feminina, embora nem sempre sejam associadas às possíveis causas.

O que pode causar alterações no colo do útero e comprometer a fertilidade?

O principal problema associado ao colo do útero é o processo inflamatório que pode afetar a região. Conhecido como cervicite, normalmente é provocado por bactérias sexualmente transmissíveis, como as causadoras da clamídia ou gonorreia.

O processo inflamatório provoca alterações na quantidade, qualidade e consistência, tornando-o mais espesso, impedindo, dessa forma, que os espermatozoides penetrem o útero para fecundar o óvulo.

A inflamação pode ainda se espalhar para os outros órgãos reprodutores ou camadas uterinas. No endométrio, endometrite, compromete o preparo endometrial e, consequentemente, a implantação do embrião, resultando em falhas e abortamento. Nos ovários, ooforite, pode levar à formação de aderências que inibem a liberação do óvulo, bem como afetar a qualidade dos gametas.

Nas tubas uterinas, salpingite, pode provocar obstruções como resultado das aderências ou de líquidos se formam no interior, impedindo da captação ao óvulo ao transporte dos espermatozoides e embrião, se a fecundação acontecer.

Porém, quando a fertilidade é comprometida por alterações no colo do útero, ou mesmo nos casos em que a inflamação se espalha, ainda é possível engravidar com auxílio da reprodução assistida.

Infertilidade e reprodução assistida

Ainda que a cervicite e as inflamações que afetam os outros órgãos reprodutores sejam geralmente facilmente tratadas por antibióticos quando diagnosticadas precocemente, possibilitando na maioria dos casos a gravidez de forma natural, quando isso não acontece são indicados tratamentos com técnicas de reprodução assistida.

Nos casos em que apenas o muco cervical foi comprometido, a inseminação artificia (IA) pode auxiliar a gravidez. Nessa técnica, os espermatozoides são selecionados pelo preparo seminal e, os melhores, inserido em um cateter e depositados diretamente no útero durante o período fértil, sem que a função do muco seja necessária.

Se a inflamação tiver afetado outros órgãos e causado maiores danos, a técnica mais adequada é a fertilização in vitro (FIV), em que a fecundação é realizada em ambiente laboratorial, precedida da coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides. Assim, contorna possíveis interferências na qualidade dos óvulos, bem como as tubas uterinas não têm nenhuma função no tratamento.

Quando afeta o endométrio, por outro lado, ele pode ser preparado por medicamentos hormonais, o que reduz bastante as chances de falhas na implantação e abortamento.

Assim, embora alterações no colo do útero possam interferir na fertilidade das mulheres de diferentes formas, com o tratamento adequado, se houver o desejo de engravidar, a reprodução assistida proporciona ótimas chances de sucesso gestacional.

Siga o link e conheça outras condições que podem resultar em infertilidade feminina!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...