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Coleta de sêmen na FIV: como é feita?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade masculina é uma condição que pode ser permanente ou temporária, e normalmente é decorrente de doenças que afetam a anatomia ou a fisiologia dos sistemas reprodutivo e endócrino dos homens. A gravidade ou a severidade da infertilidade dos homens está diretamente ligada às […]"
Coleta de sêmen na FIV: como é feita?

A infertilidade masculina é uma condição que pode ser permanente ou temporária, e normalmente é decorrente de doenças que afetam a anatomia ou a fisiologia dos sistemas reprodutivo e endócrino dos homens.

A gravidade ou a severidade da infertilidade dos homens está diretamente ligada às causas dessa condição e, em alguns casos, ao tempo que o homem leva para identificar a infertilidade e buscar tratamento.

A função reprodutiva nos homens pode ser identificada por meio da observação de alterações nos parâmetros seminais, normalmente detectadas pelo espermograma. A azoospermia costuma ser o diagnóstico mais comum, além de alterações na motilidade (astenozoospermia) e na forma (teratozoospermia) dos espermatozoides.

A ausência ou a diminuição drástica de espermatozoides no sêmen (oligozoospermia) pode apontar para alterações em fatores associados à produção de espermatozoides viáveis (azoospermia não obstrutiva) ou à capacidade de conduzir essas células reprodutivas pelo cordão espermático, para que componham adequadamente o sêmen (azoospermia não obstrutiva).

Muitos casos de azoospermia obstrutiva podem ser revertidos cirurgicamente, como é o caso inclusive da infertilidade causada pela vasectomia, que é feita voluntariamente. A religação ou a desobstrução dos ductos que conduzem os espermatozoides ao sêmen, no entanto, são procedimentos delicados que podem não ser bem-sucedidos.

Para esses casos e também para os casos mais severos de azoospermia não obstrutiva e outras anomalias derivadas de alterações nos parâmetros seminais, as melhores indicações são as técnicas de reprodução assistida.

Entre elas, a FIV (fertilização in vitro) merece destaque por ser a mais abrangente – praticamente qualquer tipo de infertilidade pode ser resolvida com a FIV – e por obter as melhores taxas de gravidez, entre as demais técnicas.

Na FIV, tanto óvulos como espermatozoides devem ser coletados dos ovários e testículos para que a fecundação possa ser promovida artificialmente, em laboratório. A coleta de óvulos é feita normalmente após a estimulação ovariana e a indução à ovulação e é realizada por punção folicular.

Já a coleta de espermatozoides pode acontecer de três formas diferentes: por masturbação ou por punção testicular diretamente nos epidídimos (PESA e MESA) ou nos túbulos seminíferos (TESE e Micro-TESE).

Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda detalhadamente as formas de coletar espermatozoides na FIV.

Quem pode realizar a FIV (fertilização in vitro)?

A FIV (fertilização in vitro) é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade, considerada hoje a mais bem-sucedida e abrangente entre as três principais, que incluem também a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial).

A técnica tem como objetivo principal alcançar a gestação promovendo a fecundação em ambiente laboratorial, fora do corpo da mãe, e é indicada para praticamente todos os casos de infertilidade conjugal, inclusive por fator masculino.

O tratamento todo é feito em 5 etapas principais: a estimulação ovariana e indução da ovulação, a coleta de óvulos e de espermatozoides, a fecundação, o cultivo dos embriões de 3 a 5 dias e, finalmente, a transferência desses embriões para o útero.

Aos homens acometidos por qualquer tipo de infertilidade, interessa saber que a FIV permite a coleta e a seleção dos espermatozoides mais viáveis e saudáveis em praticamente qualquer condição.

A investigação da infertilidade masculina tem início logo na primeira consulta, com o levantamento do histórico de saúde individual e familiar, em busca de casos precedentes de infertilidade que possam sugerir alterações genéticas como a causa.

O primeiro exame a ser solicitado nessa investigação é o espermograma, que também se configura como um dos mais importantes para avaliar a função reprodutiva nos homens, já que consegue mensurar parâmetros seminais fundamentais para que a fertilidade possa ser vivida de forma plena.

Como é feita a coleta do sêmen na FIV?

A coleta de sêmen para a realização da FIV pode ser feita de três formas, de acordo com as causas da infertilidade masculina.

Coleta por masturbação 

A coleta de sêmen por masturbação é indicada para casos em que a infertilidade é causada por fatores não obstrutivos, normalmente mais leves, em que o sêmen contém as células reprodutivas, mesmo que estas apresentem alterações sutis na concentração, morfologia e motilidade espermáticas.

O procedimento é feito em ambiente discreto, que pode ser a própria clínica, e demanda um preparo semelhante ao indicado para a realização do espermograma: abstinência sexual de 2 a 7 dias.

No momento da coleta aconselha-se que o homem higienize seu pênis e suas mãos e não faça uso de nenhum tipo de lubrificante, inclusive a saliva, que possa contaminar a amostra.

Dependendo do grau de acometimento dos gametas, a coleta de sêmen por masturbação pode ser seguida do preparo seminal, em que uma amostra do sêmen é submetida a metodologias que permitem a separação entre os espermatozoides viáveis e os inviáveis ou inadequados à fecundação.

Esses espermatozoides são então selecionados e acomodados em uma incubadora antes de serem utilizados na fecundação.

Coleta cirúrgica

Quando a infertilidade masculina é causada por problemas obstrutivos, a coleta de espermatozoides deve ser realizada por procedimentos cirúrgicos que visam acessar as células reprodutivas nos seus locais de produção (túbulos seminíferos) e desenvolvimento/ armazenamento (epidídimos).

A coleta normalmente é feita por punção testicular, em que microagulhas conectadas a um cateter são introduzidas nos túbulos seminíferos (TESE e Micro-TESE) ou nos epidídimos (PESA e MESA), acompanhadas de uma microcâmera que direciona o procedimento de busca e coleta dos espermatozoides.

Os procedimentos de punção testicular são realizados sob sedação intravenosa combinada com anestesia local e podem ser feitos em ambiente ambulatorial.

A recuperação pós-operatória costuma ser rápida e os principais incômodos relatados são sensação de dor e inchaço e manchas arroxeadas, que são normais, porém podem ser aliviados com o uso de anti-inflamatórios, gelo local e repouso relativo por cerca de 3 a 5 dias.

A forma da coleta interfere no sucesso da FIV?

As taxas de sucesso da FIV são semelhantes para o uso de cada uma dessas técnicas de coleta de espermatozoides, e as indicações devem, portanto, ser feitas de acordo com cada caso. Nenhuma técnica oferece chances maiores do que as outras por si só, por isso a sua escolha é feita de forma individualizada.

Para saber mais acesse o link.


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