A infertilidade é definida como a incapacidade de ter um filho após 12 meses de relação sexual sem a utilização de métodos contraceptivos. As causas da infertilidade são muitas e envolvem homens, mulheres ou uma combinação de fatores.
Isso inclui problemas com a produção de espermatozoides ou liberação do óvulo, com a estrutura ou função dos sistemas reprodutivos, masculino e feminino, condições hormonais e imunológicas. Há muitos fatores que podem afetar a fertilidade.
Felizmente, a ciência hoje está avançada e pode ajudar futuros pais com dificuldades reprodutivas.
Inseminação artificial (IA), fertilização in vitro (FIV) e coito programado ou relação sexual programada (RSP) são técnicas de reprodução assistida que ajudam a aumentar as chances de um casal ter filhos.
Neste artigo iremos explicar quando o coito programado pode ser indicado, bem como suas chances de sucesso. Confira!
O que é coito programado?
O coito programado é um tratamento de baixa complexidade, cuja fecundação ocorre nas tubas uterinas, espontaneamente. O método consiste no acompanhamento ovulatório da mulher para que o especialista possa identificar exatamente quando ocorrerá a ovulação e orientar o casal sobre o melhor perÃodo para manter as relações sexuais.
Quando o tratamento é indicado?
O coito programado tem indicações bastante restritas, já que é um tratamento de baixa complexidade. Qualquer fator de infertilidade masculina já contraindica a realização da técnica, por exemplo.
Essa técnica é indicada, principalmente, para mulheres com menos de 35 anos que tenham problemas ovulatórios. A mulher também precisa ter as tubas uterinas desobstruÃdas para ter a indicação porque a fecundação naturalmente.
O coito programado também pode ser indicado, dependendo do caso, para casais que não tenham um diagnóstico que possa justificar a infertilidade, a chamada infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Mesmo sem sabermos a causa da infertilidade, podemos indicar a técnica, mas é necessária uma avaliação detalhada do casal. A indicação sempre é individualizada. Fazemos uma análise detalhada e especÃfica para cada casal. Isso aumenta as chances de sucesso.
Exames solicitados
Antes da indicação do coito programado, uma avaliação geral do casal é feita. O sêmen do parceiro deve estar com parâmetros mÃnimos de qualidade. Isso pode ser avaliado com um espermograma. Caso haja alguma alteração, outros exames podem ser solicitados e o coito programado geralmente é descartado.
Já a mulher pode precisar fazer diversos exames, como ultrassonografia, histerossalpingografia (avalia a permeabilidade tubária e a morfologia dos órgãos que investiga), entre outros.
Infecções sexualmente transmissÃveis (IST) também devem ser investigadas, tanto no homem, quanto na mulher, pois podem afetar a fertilidade. ClamÃdia e gonorreia são exemplos de infecções que podem reduzir as chances de ter filhos.
O coito programado
O coito programado é realizado em algumas etapas. Depois de toda a orientação necessária, avaliação da fertilidade e indicação da técnica, ela inicia com a estimulação ovariana, depois é feito o acompanhamento do crescimento dos folÃculos por ultrassonografia, em seguida fazemos a indução da ovulação e, por fim, orientamos o casal a respeito do melhor momento para ter as relações sexuais, por isso a técnica é chamada de coito programado ou relação sexual programada.
Estimulação ovariana
Na etapa de estimulação ovariana, a paciente recebe medicamentos hormonais para estimular o crescimento de mais folÃculos, uma vez que no ciclo natural, embora vários folÃculos sejam recrutados, apenas um se torna dominante, amadurece e se rompe, liberando o óvulo.
No coito programado, como a fecundação acontece de forma natural, nas tubas uterinas, as dosagens dos hormônios utilizados são mais baixas que na FIV, técnica de alta complexidade, para obter 2 ou 3 óvulos maduros, minimizando, dessa forma, as chances de gestação gemelar.
Ultrassonografias seriadas
O crescimento dos folÃculos é monitorado por ultrassonografias periódicas e testes de dosagem hormonal. A mulher precisa ir à clÃnica a cada 2 ou 3 dias para que possamos ir acompanhando o desenvolvimento dos folÃculos e não deixar passar o momento adequado para fazer a indução da ovulação. O objetivo é que 2 ou 3 folÃculos amadureçam. Não pode ser um número maior que esse para evitar uma gestação gemelar, que aumenta os riscos à mãe e ao bebê.
Indução da ovulação
Assim, quando os folÃculos estão no tamanho ideal, novos medicamentos hormonais são administrados, induzindo-os ao amadurecimento final e rompimento para a liberação do óvulo, a ovulação, processo fundamental para a fertilidade.
Relações sexuais
Cerca de 35h depois da administração desses medicamentos a mulher tem a ovulação. Com esse parâmetro, orientamos o casal sobre qual será o melhor momento para que tenham as relações sexuais. Como o óvulo sobrevive por cerca de 24h, há uma janela de tempo para as relações sexuais.
Taxas de sucesso
As taxas de sucesso do coito programado são semelhantes às da gestação espontânea, em média 20% a cada ciclo de tratamento, e dependem da idade da mulher, da qualidade dos óvulos e dos hábitos do casal.
Ainda que o tratamento possa ser repetido por até seis ciclos, caso ocorram falhas repetidas, a melhor opção passa a ser a fertilização in vitro (FIV), técnica de reprodução assistida de maior complexidade, na qual a fecundação é realizada em laboratório após a coleta e seleção dos melhores gametas, e os embriões formados são transferido ao útero.
Para saber mais sobre o coito programado, toque aqui.
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