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Coito programado e inseminação artificial: conheça as diferenças

por Dr. Augusto Bussab



"A reprodução assistida atua com importantes alternativas de tratamento para pessoas que não conseguem engravidar de forma espontânea. De acordo com a constatação dos fatores de infertilidade, as técnicas são indicadas, as quais incluem: coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV). São consideradas […]"
Coito programado e inseminação artificial: conheça as diferenças

A reprodução assistida atua com importantes alternativas de tratamento para pessoas que não conseguem engravidar de forma espontânea. De acordo com a constatação dos fatores de infertilidade, as técnicas são indicadas, as quais incluem: coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV).

São consideradas técnicas de baixa complexidade o coito programado e a inseminação artificial. Isso porque, nessas situações, a fecundação do óvulo ocorre no corpo da mulher (in vivo). Além disso, poucos procedimentos são necessários para intervir no processo de reprodução humana.

A FIV é classificada como técnica de alta complexidade, pois é realizada ao longo de várias etapas que são necessárias para controlar o processo reprodutivo em ambiente laboratorial. Nesse caso, os óvulos são fertilizados fora do corpo da mulher, mas os embriões gerados são transferidos para o seu útero poucos dias após a fecundação — exceto quando há indicação para o congelamento de embriões.

Neste post, vamos dar destaque às técnicas de baixa complexidade, mostrando as diferenças entre coito programado e inseminação artificial. Confira!

O que é coito programado?

Coito programado ou relação sexual programada é a técnica mais simples da reprodução assistida, pois a única intervenção médica realizada é a indução da ovulação — administração de medicação hormonal para promover o crescimento e o amadurecimento dos óvulos que estão dentro dos folículos ovarianos.

A partir do controle ultrassonográfico da ovulação, é possível prever o dia em que ocorrerá a liberação dos óvulos. Assim, o casal pode programar suas relações sexuais com fins reprodutivos para os dias de maior fertilidade.

O período fértil começa até 3 dias antes da ovulação e termina um dia depois, tendo em vista o tempo de sobrevida dos espermatozoides no corpo feminino (até 72 horas) e do óvulo (até 24 horas).

O coito programado é indicado para mulheres com disfunções ovulatórias, desde que tenham boa reserva ovariana e permeabilidade em pelo menos uma das tubas uterinas. Além disso, as chances de sucesso são maiores quando a idade materna é inferior a 35 anos.

Para que o casal consiga a gravidez a partir do coito programado também é preciso que o homem faça o espermograma e apresente padrões seminais normais. Quando os resultados do exame indicam alguma alteração espermática, a inseminação artificial ou a FIV são indicadas, o que depende da gravidade da infertilidade masculina.

O que é inseminação artificial?

A inseminação artificial é um termo mais popular para a técnica de inseminação intrauterina (IIU). Assim como o coito programado, é considerada de baixa complexidade. Nesse caso, a fecundação também ocorre in vivo, mas há outras etapas no tratamento.

A estimulação ovariana seguida de indução da ovulação nas técnicas de baixa complexidade segue um protocolo de baixo impacto, visando à liberação de apenas 2 ou 3 óvulos para reduzir o risco de gestação gemelar — enquanto na FIV, a dosagem da medicação hormonal é maior para levar à coleta do maior número possível de óvulos, uma vez que é possível controlar o número de embriões que vão para o útero.

Além da estimulação ovariana, é feito o preparo do sêmen para obter uma amostra que esteja de acordo com os parâmetros de normalidade. Assim, espermatozoides com alterações na morfologia ou na motilidade são retirados da amostra.

O procedimento de inseminação não necessita de estrutura laboratorial e ambiente cirúrgico, é realizado em consultório, de forma rápida e indolor. A amostra seminal é introduzida no útero da paciente com uma cânula fina, com o objetivo de deixar os espermatozoides mais próximos dos óvulos. A fecundação acontece naturalmente em uma das tubas uterinas.

Da mesma forma que no coito programado, a inseminação artificial é indicada com mais chances de sucesso para mulheres com menos de 35 anos e sem alterações tubárias.

Quais são as diferenças entre as duas técnicas?

Algumas diferenças entre coito programado e inseminação artificial já foram abordadas até aqui. Vimos, por exemplo, que a primeira técnica requer apenas indução da ovulação, enquanto a segunda precisa ainda do preparo seminal.

Podemos dizer que as duas técnicas também diferem quanto às indicações. O coito programado é indicado prioritariamente para disfunções ovulatórias, mas pode ser realizado em casos de infertilidade sem causa aparente (ISCA). Já a inseminação artificial é feita nesses e também em outros casos, incluindo:

  • alterações leves na morfologia e na motilidade dos espermatozoides;
  • endometriose em estágios brandos (sem comprometimento tubário e ovariano);
  • problemas no muco cervical que dificultam a subida dos espermatozoides;
  • tratamento de pacientes que precisam de doação de sêmen, como casais homoafetivos femininos ou mulheres solteiras que buscam uma gestação independente.

Portanto, cada técnica é destinada a situações específicas de infertilidade. Além disso, a diferença entre ambos os tratamentos está no percurso dos espermatozoides para chegar até o óvulo. No coito programado, isso acontece da forma natural, a partir da relação sexual, enquanto na inseminação artificial, a amostra de sêmen é colocada diretamente no útero.

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