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Caxumba e infertilidade

por Dr. Augusto Bussab



"Algumas doenças infantis consideradas erradicas desde que a vacinação se tornou obrigatória voltaram novamente a registrar surtos no mundo todo, atingindo particularmente pessoas não vacinadas, crianças e adultos. A caxumba está entre elas e, no Brasil, os casos voltaram a crescer em diversas regiões. Uma […]"
Caxumba e infertilidade

Algumas doenças infantis consideradas erradicas desde que a vacinação se tornou obrigatória voltaram novamente a registrar surtos no mundo todo, atingindo particularmente pessoas não vacinadas, crianças e adultos. A caxumba está entre elas e, no Brasil, os casos voltaram a crescer em diversas regiões.

Uma das possíveis complicações associadas à caxumba são problemas de fertilidade em homens após a puberdade. No entanto, nem todos que a contraem se tornam inférteis, bem como ela costuma produzir imunidade vitalícia e pode ser prevenida pela administração da vacina tríplice viral, que também imuniza contra sarampo e rubéola.

Além disso, em boa parte dos casos em que a doença provocou maiores danos à saúde reprodutiva ainda é possível ter filhos com auxílio da reprodução assistida.

Continue a leitura deste texto até o final para entender a relação da caxumba com a infertilidade, as formas de contaminação e tratamento. Confira!

O que é caxumba e quais os sintomas da doença?

A caxumba, também conhecida como parotidite, é uma doença viral contagiosa que afeta uma ou ambas as glândulas parótidas, glândulas salivares maiores situadas na mandíbula.

É causada pelo vírus Paramyxovirus, transmitido pelo contato direto com gotículas de saliva ou perdigotos de pessoas infectadas, beijo, tosse, espirro e respiração em locais fechados, por exemplo.

Os surtos são mais comuns no inverno e na primavera e, geralmente, a doença afeta crianças e adolescentes, embora também possa ocorrer na fase adulta. Além das parótidas, pode atingir outras glândulas do corpo, o sistema nervoso central e os testículos, quando aumenta o risco de infertilidade masculina.

O processo geralmente começa nas parótidas, que aumentam de tamanho, afetando posteriormente as glândulas salivares sublinguais e submandibulares, o que provoca o aumento da dor e do edema.

O período de incubação dura entre 18 e 21 dias. Nos adolescentes e homens adultos pode se tornar mais complicada quando os testículos são afetados, levando, em alguns casos, à sua atrofia, com posterior infertilidade.

Os sintomas iniciais da caxumba são:

  • dor de cabeça;
  • mal-estar geral;
  • febre ocasional não superior a 38° C;
  • dor na mandíbula, especialmente quando tocada.

Eles aparecem um pouco antes do início da inflamação e do inchaço facial causados ​​pelo aumento das parótidas, o que provoca, ainda, secura na boca, uma vez que a secreção de saliva é reduzida. A infertilidade também pode ser um sintoma e o alerta, nesse caso, é a atrofia testicular, além da dificuldade de engravidar a parceira.

Por outro lado, até 30% dos casos são assintomáticos e a infecção só pode ser detectada pela presença de anticorpos no sangue.

A orquite, processo inflamatório dos testículos, é a principal complicação da caxumba e uma causa frequente de infertilidade. Estudos baseados em biópsias testiculares de pacientes com orquite por caxumba epidêmica revelaram graus variáveis ​​de danos aos túbulos seminíferos, estruturas localizadas nos testículos em que os espermatozoides, as células sexuais masculinas, são produzidos.

Assim, além de interferir na produção dos gametas masculinos, resultando em baixa concentração ou ausência no sêmen ejaculado, a inflamação pode levar à formação de aderências nos ductos responsáveis pelo transporte dos espermatozoides, impedindo que ele aconteça.

A caxumba, portanto, pode resultar em oligozoospermia, baixa concentração de espermatozoides no sêmen, azoospermia, ausência de espermatozoides e astenozoospermia, quando a motilidade, movimento, dos gametas é comprometida.

Estudos também sugerem que pode levar à formação de anticorpos antiespermatozoides, que os combatem erroneamente. Essas alterações dificultam ou impedem a fecundação e, consequentemente, a gravidez.

Quando a doença atinge apenas um dos testículos, unilateral, normalmente a infertilidade é apenas transitória, sendo registrada em menos de 15% dos pacientes. Dessa forma, com a cura a função reprodutiva volta se normalizar.

Por outro lado, a caxumba bilateral, quando afeta ambos os testículos, é fortemente associada à infertilidade, que pode estar presente em quase 90% dos casos.

Tratamento e reprodução assistida

O tratamento da caxumba é de suporte, ou seja, o próprio organismo combate e cura a infecção provocada pela doença. São prescritos apenas anti-inflamatórios não esteroides (AINES) para ajudar no processo e aliviar sintomas como dor inchaço.

Além disso, é recomendado repouso absoluto e o uso de suporte atlético para sustentação dos testículos.

Nos casos em que a doença afeta ambos os testículos e provoca alterações de maior gravidade na fertilidade dos homens, pode ser indicado o tratamento por fertilização in vitro (FIV) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) se houver o desejo de engravidar.

Na FIV com ICSI, a fecundação é realizada em laboratório e os embriões formados transferidos diretamente ao útero materno após alguns dias de desenvolvimento. Quando há baixa concentração ou ausência de espermatozoides no sêmen, eles podem ser recuperados diretamente dos testículos ou dos epidídimos, ductos em que são armazenados depois de produzidos.

Os espermatozoide recuperados são submetidos ao preparo seminal, técnica que os capacita possibilitando a seleção dos melhores para a fecundação, contornando problemas de qualidade. Durante a fecundação, cada espermatozoide é, ainda, novamente avaliado individualmente, em movimento, por um microscópio potente e injetado diretamente no citoplasma do óvulo quando a saúde é confirmada.

Portanto, ainda que a caxumba provoque danos de maior gravidade na fertilidade masculina, a reprodução assistida é uma opção importante para aumentar as chances de engravidar a parceira.

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