Quando você pensa em tratamentos de fertilidade, a fertilização in vitro (FIV) provavelmente aparece no topo da sua lista. Existe uma razão para isso.
A FIV existe há décadas e provavelmente você já conhece seu objetivo principal: unir óvulo e espermatozoide em laboratório e aumentar as chances de sucesso da gravidez. Porém, há muito mais sobre a técnica, etapas que acontecem antes e depois disso.
Na última década, foi possível o cultivo de embriões até um estágio mais avançado, conhecido como “blastocisto”, em que apresentam mais de 100 células e possuem partes diferenciadas que podem ser identificadas como embrioblasto, grupo de células que originam o futuro feto, e uma camada celular externa conhecida como trofoblasto, que formará a parte embrionária da placenta.
Neste texto, explicamos detalhadamente esse assunto. Boa leitura!
O que é um blastocisto?
Blastocisto é o termo técnico para o embrião no estágio de desenvolvimento por volta do quinto dia após a fecundação. Na fertilização natural, esse é o estágio em que o embrião chega ao útero, após se desenvolver e se mover pelas tubas uterinas, para se implantar no endométrio e dar início à gestação.
Na FIV clássica ou com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), a transferência do embrião pode ocorrer no segundo ou terceiro dia de desenvolvimento chamado de D3 ou clivagem, ou quando atingem a fase de blastocisto, entre o quinto e sexto dia.
A indicação do melhor estágio de transferência depende das características de cada casal. A individualização é fundamental para oferecer as melhores chances de sucesso.
Vamos entender melhor o que é D3 e blastocisto
Os embriões são classificados com base no estágio de desenvolvimento (número de células), simetria celular e porcentagem de fragmentação. No dia 3, um embrião deve possuir cerca de 4-8 células, sendo considerado multicelular.
Quando há um número limitado de embriões, os embriologistas podem optar pela transferência no dia 3, com o objetivo de retornar o embrião ao seu ambiente natural, o que, nesse caso, pode beneficiar o desenvolvimento.
A opção pela transferência em blastocisto, por outro lado, proporciona a seleção dos embriões com mais capacidade para se implantar, além de outros benefícios, como a sincronização fisiológica, uma vez que é nessa etapa que a implantação ocorre na gestação natural, e a possibilidade de análise das células embrionárias, evitando, por exemplo, a transmissão de doenças genéticas e minimizando o risco de possíveis falhas de implantação.
O processo de fertilização in vitro em cinco etapas
A FIV é uma sequência de procedimentos que envolve a fertilização de um óvulo fora do corpo da mulher em um laboratório especializado. Veja como funciona:
Estimulação ovariana e indução da ovulação
Medicamentos hormonais orais e/ou injetáveis são administrados durante 10 a 12 dias para estimular o desenvolvimento de um número maior de folículos ovarianos, não apenas um, como ocorro no ciclo menstrual. A resposta ovariana à medicação e o desenvolvimento dos folículos são monitorados pela análise dos níveis de hormônios no sangue e por ultrassonografia transvaginal.
Finalmente, quando os folículos estão maduros e prontos para a retirada do óvulo, uma única injeção de medicamento é dada para concluir o amadurecimento.
Aspiração folicular e preparo seminal
Após a preparação adequada dos folículos ovarianos, a paciente está pronta para a retirada. O procedimento é chamado de aspiração folicular e cada folículo é individualmente aspirado (o líquido folicular é retirado e ele contém o óvulo). Posteriormente, o óvulo é separado do líquido e todos os coletados são imediatamente transferidos para o laboratório de fertilização in vitro, em que o embriologista os prepara para a fecundação.
Enquanto a paciente realiza a coleta dos óvulos, o parceiro faz a coleta de uma amostra de sêmen, sendo imediatamente analisada e submetida ao preparo seminal, técnica que capacita os espermatozoides proporcionando a seleção dos melhores. Em alguns casos, pode ser usado o esperma de um doador.
Fecundação em laboratório
Depois que os óvulos e espermatozoides estão preparados, a fecundação é realizada geralmente pelo método ICSI, em que um único espermatozoide é injetado em cada óvulo maduro.
Cultivo embrionário
Após a fecundação, todos os embriões são colocados em meio de crescimento por 2 a 6 dias. Os embriões são geralmente transferidos para o útero da paciente em D3 ou entre o 5º e 6º dia, ou criopreservados nos para ciclos posteriores de transferência de embriões congelados.
Transferência de embriões
A transferência de embriões é um procedimento simples e não requer sedação ou anestesia. Sob a orientação de ultrassom, um cateter fino contendo o embrião ou os embriões é passado pelo colo do útero até útero para que os embriões sejam depositados.
Doze dias após a transferência, a paciente fará um teste de sangue para gravidez. Se for confirmada, passará por exames de ultrassonografia para verificar se há possibilidade de gestação múltipla.
Embora o sucesso da FIV dependa de vários fatores, incluindo a idade da mulher e os níveis da reserva ovariana, os percentuais proporcionados pela técnica por ciclo de tratamento são os mais altos da reprodução assistida, em média 40%.
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