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Azoospermia e FIV: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Ao contrário do que se pensava há algum tempo, os homens também são responsáveis por um percentual expressivo de casos de infertilidade. Entre as principais causas da infertilidade masculina estão as alterações na produção e transporte dos espermatozoides. Uma condição que pode afetar homens em […]"
Azoospermia e FIV: qual a relação?

Ao contrário do que se pensava há algum tempo, os homens também são responsáveis por um percentual expressivo de casos de infertilidade. Entre as principais causas da infertilidade masculina estão as alterações na produção e transporte dos espermatozoides.

Uma condição que pode afetar homens em idade fértil é a azoospermia, quando não são encontrados gametas no sêmen ejaculado. Pode ser classificada de duas formas: obstrutiva e não obstrutiva.

No entanto, aqueles que enfrentam essa situação e desejam ter filhos não devem desistir do sonho. Existem técnicas de reprodução assistida muito eficazes para solucionar essas questões e facilitar o caminho até a paternidade. A principal indicação, nesses casos, é a fertilização in vitro (FIV), a mais avançada da medicina reprodutiva.

Ao identificar a dificuldade para engravidar, o casal deve procurar auxílio médico para que ambos os parceiros passem por uma investigação detalhada. Dessa forma, é possível determinar as causas da infertilidade e encaminhá-los para o tratamento mais indicado, utilizando procedimentos adequados para atender as suas necessidades.

Todo o processo de reprodução assistida é individualizado, desde a investigação da infertilidade até a indicação e realização da técnica de reprodução assistida, se esse for o caso.

No texto a seguir, entenda o que é a azoospermia, conheça a sua classificação e saiba como a FIV pode ser eficiente nessa situação.

O que é FIV?

A FIV é a técnica de reprodução assistida de maior complexidade e com maior percentual de resultados positivos quando comparada à relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), de menor complexidade.

A maior parte das suas etapas é feita em laboratório, inclusive a fecundação. Sendo assim, existe um controle maior de cada etapa. É indicada para casos mais graves de infertilidade feminina e masculina ou quando outros métodos não são eficientes. Pode ser também utilizada por casais homoafetivos e pessoas solteiras em busca de uma produção independente.

Existe ainda a possibilidade de utilizar, em casos específicos, recursos complementares à FIV, buscando aumentar as chances de sucesso no tratamento e diminuir os riscos de falhas, abortamentos e complicações para a mãe e o feto.

Qual a relação entre azoospermia e infertilidade masculina?

A fecundação é o processo pelo qual o espermatozoide se encontra com o óvulo para iniciar uma nova vida. Na azoospermia, os gametas masculinos não estão presentes no sêmen ejaculado, inviabilizando, portanto, a fecundação.

A azoospermia obstrutiva acontece quando os canais deferentes ou epidídimos, pelos quais os espermatozoides são transportados antes da ejaculação, estão obstruídos de alguma forma. A obstrução pode ser ocasionada por cirurgias como a vasectomia, por infecções, por alterações genéticas, entre outros.

Já a não obstrutiva é uma situação mais grave e ocorre quando a produção dos espermatozoides pelos testículos é interrompida, a espermatogênese. Essa deficiência pode ser causada por traumas na região, doenças como a varicocele e orquite e por tratamentos oncológicos como a radioterapia e a quimioterapia.

É importante identificar as causas dessa condição para determinar a melhor conduta em cada caso. Na maior parte das vezes, existe uma solução e esses pacientes podem sim engravidar a parceira.

Como a FIV pode auxiliar homens com azoospermia?

Inicialmente, o homem deve passar por exames para avaliar as condições do sêmen, sendo o espermograma o mais solicitado. Com ele, é possível analisar aspectos morfológicos e de motilidade dos espermatozoides. Quando determinadas as causas da azoospermia, o paciente é direcionado ao tratamento.

A FIV permite a recuperação de espermatozoides diretamente dos epidídimos por meio das técnicas PESA e Mesa ou dos testículos por TESE e Micro-TESE. Em casos mais graves, em que não existe a possibilidade de recuperação desses gametas, o paciente pode optar pela doação de sêmen.

Como é feita a FIV?

A técnica tem início com a estimulação ovariana, procedimento utilizado para aumentar a quantidade de óvulos disponíveis para a fecundação. Os gametas são coletados e selecionados para que os melhores sejam utilizados.

Principalmente em homens com azoospermia ou outros fatores de infertilidade mais grave, a fecundação é feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), quando o gameta masculino é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. A FIV com ICSI aumenta as chances de a fecundação ser bem-sucedida.

Os embriões formados na fecundação permanecem em cultivo em ambiente controlado até que alcancem o tamanho e o desenvolvimento adequados a serem transferidos ao útero. Isso depende da estratégia de transferência e pode variar de um casal para outro.

A última etapa é a transferência embrionária, procedimento em que os embriões são depositados no útero para que um se implante naturalmente no endométrio e dê início à gestação.

A técnica pode ser uma ótima indicação para homens que enfrentam a azoospermia ou outros problemas de infertilidade de maior gravidade. Tem altos índices de sucesso, sendo eficiente para muitos casais.

Toque aqui e leia mais sobre a fertilização in vitro (FIV)!


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