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Adenomiose: diagnóstico

por Dr. Augusto Bussab



"Especialmente porque a adenomiose foi considerada uma forma de endometriose durante um bom tempo, os estudos sobre as reais origens da doença, bem como seus possíveis desdobramentos, ainda estão em processo de desenvolvimento e descoberta. Contudo, sabe-se que a adenomiose tende a se manifestar em […]"
Adenomiose: diagnóstico

Especialmente porque a adenomiose foi considerada uma forma de endometriose durante um bom tempo, os estudos sobre as reais origens da doença, bem como seus possíveis desdobramentos, ainda estão em processo de desenvolvimento e descoberta.

Contudo, sabe-se que a adenomiose tende a se manifestar em mulheres após os 40 anos, ainda que seja também comum ser diagnosticada em mulheres durante a idade reprodutiva e, por isso, aumentar as chances de infertilidade feminina.

Além disso, por tratar-se de uma doença estrogênio-dependente, os sintomas da adenomiose podem se confundir com outras doenças de funcionamento semelhante, como miomas uterinos e pólipos endometriais, além da própria endometriose.

Assim, é importante que a mulher busque atendimento médico quando notar os sintomas, com o objetivo de obter um diagnóstico mais preciso, o que favorece também o sucesso dos tratamentos, independentemente da abordagem mais indicada.

Nos acompanhe na leitura do texto a seguir e entenda melhor como é feito o diagnóstico de adenomiose e como a mulher portadora pode buscar reverter não somente os sintomas, mas também a possível infertilidade decorrente dessa doença.

O que é adenomiose?

Por definição, a adenomiose é uma doença inflamatória crônica e estrogênio-dependente, em que se observa a presença de tecido endometrial ectópico se desenvolvendo especificamente na camada muscular da parede uterina, o miométrio.

Esse é um dos fatores que a diferencia da endometriose, já que nessa última o endométrio ectópico se desenvolve fora do útero, principalmente em outras estruturas da cavidade pélvica, como tubas uterinas, peritônio, ovários, bexiga e intestinos, por exemplo.

As origens da adenomiose ainda não estão bem esclarecidas pela medicina, mas algumas teorias apontam para a possibilidade de a doença ter início já no período pré-natal, com a migração de células do endométrio para o miométrio.

Outras, sugerem que partos anteriores e alguns procedimentos cirúrgicos uterinos também podem favorecer o aparecimento da adenomiose.

Como identificar a adenomiose?

Sintomas da adenomiose

Os sintomas gerais da adenomiose são bastante semelhantes aos encontrados em outras doenças estrogênio-dependentes, como mencionamos no início do texto: aumento no volume pélvico, dismenorreia e dispareunia, além de alterações no fluxo menstrual, principalmente o aumento no sangramento e na duração da menstruação.

As mulheres com adenomiose podem também apresentar sangramentos fora do período menstrual e sensação de peso abdominal, sintomas que ao se manifestar por mais de dois ciclos reprodutivos consecutivos, devem motivar a busca por atendimento médico.

Exames para identificar adenomiose

A identificação da adenomiose começa já na primeira consulta, com o exame físico e a ultrassonografia pélvica transvaginal. Nessa ocasião, também são feitas perguntas à mulher, com o objetivo de compreender seu histórico de saúde prévio, já que a realização de cirurgias uterinas e partos anteriores são fatores de risco, que aumentam as chances de desenvolver adenomiose.

O exame físico é realizado com a palpação do abdome, sobre a região pélvica e pelo canal vaginal, em busca de alterações no volume uterino e hipersensibilidade à dor, comuns nas mulheres com adenomiose.

O ultrassom transvaginal também pode ser realizado na primeira consulta, por ser um exame capaz de mostrar possíveis espessamentos na parede uterina, que possam indicar a doença.

A histeroscopia ambulatorial ou diagnóstica é outro exame comumente solicitado para investigação sobre adenomiose, pois melhora a percepção das condições da parede uterina, embora ainda seja inespecífico para essa doença, pois não fornece imagens detalhadas da zona juncional, onde a infiltração do endométrio ectópico na adenomiose começa.

Esses exames, porém, têm como função principal direcionar a solicitação de outros, mais específicos e capazes de excluir as demais doenças semelhantes à adenomiose, confirmando o diagnóstico da doença.

Diagnóstico final da adenomiose

O exame mais preciso no diagnóstico da adenomiose é a ressonância magnética da pelve, um método de diagnóstico que utiliza campos magnéticos para obter imagens de alta definição das estruturas contidas na cavidade pélvica.

Somente esse exame é capaz de identificar especificamente o espessamento da zona juncional, que diferencia a adenomiose das demais doenças estrogênio-dependentes, além de fornecer imagens da localização dos focos adenomióticos e estimar o estadiamento da doença.

Em alguns casos mais específicos, pode ser necessário realizar uma biópsia dos tecidos endometrial e miometrial, com o objetivo de descartar a possibilidade de tumores e carcinomas.

Como é feito o tratamento para a adenomiose?

Os diversos tratamentos para adenomiose têm foco no controle dos sintomas e na tentativa de reverter a infertilidade feminina, embora não sejam capazes de curar a adenomiose, já que é uma doença crônica.

Os casos leves, assintomáticos ou que manifestam sinais mais sutis, podem ser abordados com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e analgésicos, que controlam os sintomas dolorosos, além de medicamentos à base de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), com o objetivo de estabilizar o ciclo reprodutivo e parar o crescimento dos focos adenomióticos.

A medicação hormonal, no entanto, é desaconselhada à mulher que deseja engravidar.

A adenomiose também pode ser abordada de forma cirúrgica, com a retirada dos focos por histeroscopia cirúrgica e videolaparoscopia, principalmente nos casos em que os sintomas são mais severos ou quando a mulher deseja engravidar e tem encontrado dificuldades para isso em função da doença.

Se o tratamento não for capaz de reverter a infertilidade ou quando, mesmo com sintomas leves, a mulher não consegue engravidar, a reprodução assistida pode ser indicada, especificamente a FIV (fertilização in vitro), que permite a transferência de embriões congelados somente quando o útero se encontra perfeitamente receptivo.

Toque o link e acesse nosso conteúdo completo sobre adenomiose.


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