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A estimulação ovariana nas técnicas de reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"Podemos considerar que, atualmente, todas as técnicas de reprodução assistida utilizam a estimulação ovariana para aumentar as taxas de sucesso na busca por uma gestação, porém cada técnica utiliza protocolos específicos, que se adequam às diferentes metodologias oferecidas pela medicina reprodutiva. A estimulação ovariana tem […]"
A estimulação ovariana nas técnicas de reprodução assistida

Podemos considerar que, atualmente, todas as técnicas de reprodução assistida utilizam a estimulação ovariana para aumentar as taxas de sucesso na busca por uma gestação, porém cada técnica utiliza protocolos específicos, que se adequam às diferentes metodologias oferecidas pela medicina reprodutiva.

A estimulação ovariana tem como principal objetivo estimular o crescimento de um número maior de folículos e induzir a ovulação, que é a liberação dos óvulos que ficam dentro dos folículos. Esse é um evento natural dentro do ciclo reprodutivo da mulher: quando um folículo ovariano alcança o estágio máximo de amadurecimento, rompe-se e libera um único óvulo contido nele em direção às tubas uterinas, para que a fecundação ocorra.

Os primeiros ciclos ovulatórios da mulher acontecem na puberdade, quando a secreção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) deixa de ser contínua e torna-se pulsátil, criando um pico de concentração desse hormônio, que, por sua vez, provoca picos de concentração das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante).

A ovulação ocorre nesses picos de concentração hormonal e é seguida de um rebaixamento nessas concentrações que tem como uma de suas consequências a descamação do endométrio, num evento conhecido como menstruação.

Essa oscilação na concentração hormonal é o que dá o formato cíclico à função reprodutiva das mulheres, prevendo apenas uma ovulação por ciclo. A cada ciclo, aproximadamente 1000 folículos são recrutados a amadurecer – estão paralisados ainda desde o estágio intrauterino –, porém apenas um alcança a fase máxima de desenvolvimento e rompe-se, liberando o óvulo contido nele para a ovulação.

Isso significa que, em condições normais, uma mulher amadurece apenas um óvulo por ciclo, e caso qualquer uma das etapas do ciclo reprodutivo apresente algum tipo de falha, a ovulação pode não acontecer, demonstrando a existência de problemas relacionados à fertilidade feminina.

A estimulação ovariana é, portanto, uma forma de aumentar as chances de que os tratamentos com reprodução assistida tenham gametas femininos, os óvulos, para fecundação, mesmo que existam problemas relacionados à ovulação, como o que acontece na SOP (síndrome dos ovários policísticos), em que a ovulação é prejudicada por um aumento na concentração de testosterona, resultando num quadro de infertilidade.

O objetivo desse texto é apresentar a estimulação ovariana inserida no contexto das técnicas de reprodução assistida e mostrar a importância desta etapa para que boas taxas de sucesso sejam realmente alcançadas.

O que é estimulação ovariana?

Estimulação ovariana é a etapa inicial da maior parte dos tratamentos de reprodução assistida disponíveis hoje e consiste na utilização de medicamentos hormonais por um curto período de tempo cujo objetivo é simular o ciclo reprodutivo natural, induzindo ao processo de evolução.

Nos casos em que a reprodução assistida é a escolha para mulheres com infertilidade decorrente de doenças que causam anovulação, a estimulação ovariana pode ser o único mecanismo capaz de provocar o amadurecimento folicular e assim permitir o acesso aos gametas femininos.

Ainda, dependendo da técnica de reprodução assistida, o objetivo da estimulação ovariana pode ser obter de 1 a 3 óvulos, no caso das técnicas de baixa complexidade, ou um número maior, no caso da FIV, de alta complexidade. Isso porque nas técnicas de baixa complexidade há risco de gestação gemelar se induzirmos a ovulação de um número alto de folículos. Já na FIV esse risco está na etapa de transferência embrionária, já que a fecundação acontece em laboratório.

Nesse sentido, podemos concluir que a finalidade da estimulação ovariana depende diretamente dos motivos pelos quais a mulher ou casal procurou auxílio da reprodução assistida, ou seja, as causas da infertilidade, e também da técnica escolhida para se chegar à gestação.

Como as técnicas de reprodução assistida usam a estimulação ovariana?

Atualmente, a medicina reprodutiva oferece três principais técnicas de reprodução assistida para auxiliar casais que desejam ter filhos: a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), ambas de baixa complexidade, e a FIV (fertilização in vitro), que é uma técnica de alta complexidade.

A RSP busca monitorar o ciclo reprodutivo da mulher por meio de exames de ultrassonografia transvaginal realizados a cada 2 ou 3 dias, determinando com maior precisão o período fértil, indicando os melhores dias para que o casal mantenha relações.

Nessa técnica, que pode ser indicada para mulheres com infertilidade leve, a estimulação ovariana é feita com baixas dosagens hormonais, suficientes apenas para garantir que a ovulação aconteça.

Na inseminação artificial, que é indicada para casos em que a RSP não resultou em gravidez ou quando a infertilidade conjugal é provocada por fator masculino leve, a fecundação também acontece dentro do corpo da mulher, porém os gametas masculinos são coletados e selecionados, em uma técnica conhecida como preparo seminal, e posteriormente inseminados no útero da mulher quando os óvulos estiverem disponíveis nas tubas uterinas.

A estimulação ovariana para IA também é feita a partir de protocolos com dosagens mais baixas de hormônios sexuais, já que o objetivo desta etapa também é garantir a ovulação de 1 a 3 óvulos.

É importante que os protocolos de estimulação ovariana para as técnicas de baixa complexidade, em que a fecundação ocorre dentro do corpo da mulher, sejam seguidos de forma adequada para evitar gestações gemelares (múltiplas), que na maior parte dos casos oferecem riscos tanto para mulher quanto para o bebê.

Diferentemente do que acontece com as técnicas de baixa complexidade, na FIV, técnica de alta complexidade, a estimulação ovariana é feita com protocolos que preveem dosagens mais altas de hormônios, já que o objetivo, nesta técnica, é obter um número mais elevado de óvulos no mesmo ciclo reprodutivo.

O número de óvulos obtidos na estimulação ovariana da FIV pode variar significativamente de paciente para paciente, dependendo de características como a idade e condições da reserva ovariana.

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